O grande evento anual para desenvolvedores da Google acontece nesta quarta-feira. Nossos especialistas apontam o esperar da palestra de abertura.
Quando a palestra de abertura do Google I/O começar nesta quarta-feira (às 13:00, horário de Brasília), não veremos uma equipe de Skydivers usando Google Glass, como no ano passado. Mas esperamos algo igualmente impressionante para nos lembrar de que a Google é um berço de inovação.
O mercado é competitivo, as apostas são altas e a Google precisa anunciar produtos novos ou bastante aprimorados para manter o interesse dos usuários. E seja lá o que for que o Google irá mostrar, não pode desaparecer tão rapidamente quanto o Media Streamer Nexus Q em 2012.
A seguir comentamos o que os nossos especialistas na Google esperam (ou gostariam) de ver no evento deste ano.
O Glass é muito legal mas... pra que serve?
A apresentação do Google Glass no I/O do ano passado foi uma das mais excitantes na história dos eletrônicos de consumo. Mas agora que desenvolvedores independentes já tiveram uma chance de brincar com o aparelho, é hora da Google focar menos no espetáculo e mais nos usos práticos de sua tecnologia.
Apps são o mais importante nos dispositivos móveis, e acreditamos que há uma chance pequena de que a Google anuncie algum tipo de “App Store” específica para o Glass para convencer os consumidores da viabilidade do hardware a longo prazo. E mesmo que uma loja não seja anunciada, a Google provavelmente irá anunciar parcerias com desenvolvedores e organizações para provar que o Glass será suportado por apps incríveis quando começar a ser vendido no ano que vem.
Google Glass: lançamento ainda está longe
Se você está esperando que a Google anuncie um preço ou data de lançamento, irá ficar muito desapontado. Ainda há vários “Glass Explorers” (nome dado aos primeiros usuários) que ainda não receberam suas unidades, e a Google quer o aparelho nos rostos de tantos desenvolvedores quanto possível antes de anunciar uma versão para os consumidores. No momento, parece que a única forma de conseguir colocar as mãos no Glass é trabalhar para a Google ou gastar US$ 1.500 por uma versão preliminar do gadget.
Ainda assim, espere uma avalanche de conteúdo gerado por usuários do Glass vinda do Moscone Center durante esta semana. Todo mundo que tem um provavelmente estará lá.
Nova versão do Android e novos tablets
A Google I/O deste ano com certeza nos trará uma nova versão do sistema operacional Android, embora ainda não haja consenso sobre se ela será uma versão “major” (com grandes mudanças), a Android 5.0, ou mais um “ajuste” do Jelly Bean (nesse caso, Android 4.3).
Desconsiderando o nome, é provável que o novo sistema ofereça algum tipo de cliente de bate-papo unificado (que atualmente tem o codinome Babel). E há evidências que tornam quase certo o anúncio de uma plataforma chamada Play Games que irá turbinar a experiência com jogos no Android com conquistas, placares, bate-papo dentro dos jogos e ferramentas para convidar e encontrar pessoas com quem jogar.
Tablet Nexus 7 pode ganhar um sucessor, ou versão mais barata
Também é esperado um novo tablet na família Nexus, com tela de 11 polegadas, e uma versão mais barata do Nexus 7 (pense em algo na casa dos US$ 100). Também há rumores de um smartphone “Nexus” produzido pela Motorola, mas é muito mais provável que vejamos uma versão 4G do atual Nexus 4.
Insistindo no Google+
A Google continua a apostar no Google+, e tenta desesperadamente transformá-lo na rede social mais popular no mundo. A maioria das sessões para desenvolvedores sobre o Google+ foca na integração do serviço com apps e websites. Como usar o Google+ para login ou o botão +1 para compartilhar conteúdo, por exemplo.
Mas não seria uma palestra do Google sem algum anúncio relacionado ao Google+. Esperamos ver a Google alardeando o alto (e suspeito) número de usuários, e anunciando melhorias para os recursos mais populares e que o diferenciam da concorrência, como os Hangouts. A Google adicionou recentemente uma opção para compartilhmento de desktop, então o que mais eles podem inventar? Talvez um recurso que lhe permita usar seu smartphone remotamente? Um recurso aprimorado para transmissões ao vivo? Isso casaria bem com o Google Glass, que é bastante integrado ao Google+.
Refinando o Chrome
Acreditamos que a empresa precisa anunciar uma grande melhoria em seu navegador ou na experiência com apps para ele para incentivar os desenvolvedores. A empresa tem duas plataformas em desenvolvimento para isso (Native Client, ou NaCL, e Packaged Apps) mas, embora ambas sejam promissoras, ainda é cedo demais para que dêem origem a produtos.
Para “evangelizar” o Chrome no Google I/O acreditamos que a Google irá anunciar soluções para alguns problemas com o navegador, como um melhor suporte a apps offline, algo que pode beneficiar também o ChromeOS.
Está no mapa
A Google também pode usar a palestra de abertura do I/O para divulgar o trabalho que vem sendo feito silenciosamente em Mountain View no segmento de mapeamento de áreas internas (Indoor Mapping). Duas empresas - a Google e a Nokia - tem bases de dados gigantescas que associam locais em ambientes fechados, como shopping centers e aeroportos, a locais de rede derivados da triangulação de sinais de Wi-Fi, telefonia celular e GPS. A combinação destas informações pode permitir que um dispositivo móvel como um smartphone ou tablet identifique sua localização com uma margem de erro de 1,5 metros, mesmo em um ambiente fechado.
Estes bancos de dados e suas possibilidades ainda não foram claramente explicados aos desenvolvedores, imprensa e consumidores. O Google I/O pode, portanto, ser o “baile de debutantes” de um serviço que ajude as pessoas a encontrar seu caminho dentro dos corredores do metrô de Londres ou do Aeroporto Internacional de Narita, no Japão.
Um novo app tirando proveito desta tecnologia poderia fornecer mapas internos detalhados em um smartphone, além de instruções passo-a-passo de como chegar a um local e notificação de pontos de interesse. E tal app poderia usar tanto dados armazenados no dispositivo quanto obtidos em servidores.
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