Complexo de Camaçari: o Polo Industrial e Tecnológico da Bahia
A Bahia vive de coisas muito além das festas, músicas e belas praias. A tecnologia, por exemplo, é traço forte do município de Camaçari, que fica a 50 quilômetros de Salvador, capital do estado. Lá é onde se concentra o polo industrial da região, que reúne mais de 60 empresas investidoras em tecnologia e inovação, seja em seu próprio método de fabricação ou nos produtos oferecidos.
De acordo Suzana Marques Domingues, do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), várias ações estão sendo promovidas em conjunto com o Governo do estado para incentivar a cultura de inovação nestas companhias. A ideia é criar condições para o desenvolvimento de pesquisas aplicadas que possam permitir o salto tecnológico necessário para o crescimento de cada uma delas. "Atualmente, os temas mais relevantes para a competitividade das empresas estão relacionados à redução ou otimização do uso dos recursos naturais como energia, água e matéria-prima, coincidentemente relevantes também para a sustentabilidade e perpetuidade do negócio", explica.
Um dos exemplos é a Cetrel, companhia de soluções ambientais no setor industrial que nasceu junto com o polo, em 1978. A empresa foi criada para tratar dos efluentes e resíduos industriais existentes e precisou aperfeiçoar e desenvolver novas tecnologias para obter sucesso nos projetos ambientais. O Centro de Inovação e Tecnologia Ambiental (Cita) estuda os resíduos das indústrias a fim de reaproveitá-las e reutilizá-las no próprio complexo. O centro ainda está produzindo uma madeira plástica feita com resinas e fibras naturais, que substitui algumas aplicações de madeira convencional trazendo mais durabilidade, resistência e proteção ao meio ambiente. Segundo Tomaz Assmar, responsável pelo Cita, com a madeira plástica é possível evitar a derrubada de árvores através da oferta de um produto mais sustentável.
"A previsão para a versão final do produto é de 6 a 8 meses. Somos um centro de desenvolvimento tecnológico. E para isso é fundamental continuarmos a investir em pessoas, equipamentos, processos e todo e qualquer recurso que seja necessário para a geração e difusão do conhecimento. O Brasil precisa ampliar seus investimentos em ciência, tecnologia, pesquisa e inovação. E o Cita é a nossa contribuição para que o Brasil se posicione como um país de vanguarda nas questões ligadas à geração de riqueza através de tecnologias do meio ambiente", conclui Tomaz.
Ao contrário do que muita gente pode pensar, o Brasil não fica atrás dos outros países quanto à tecnologia automotiva. Aliás, o túnel de vento, elemento fundamental para correção de possíveis erros de design e aerodinâmica, já foi substituído por algo mais novo por aqui. O CFD (Computational Fluid Dynamics, ou Dinâmica do Fluido Computacional) é uma tecnologia usada pela NASA e pelas grandes companhias aéreas que permite simular no computador os efeitos para testes no túnel de vento e, assim, corrigir possíveis problemas.
A Netlog Armazéns Gerais (empresa de logística e transporte) está há nove anos no Polo de Camaçari e conta que a tecnologia empregada resultou em uma melhora significativa no controle e na rastreabilidade dos produtos armazenados bem como "maior agilidade nas respostas de consultas de saldo, confiabilidade nas informações de controle de estoque, extinção de divergências, redução de custos com controle de inventário e confiabilidade das informações", comenta o gerente da Netlog, Marcelo Lins.
Para Marcelo, a tecnologia necessita estar sempre alinhada as boas práticas de gestão. A empresa – que começou com 18 funcionários e agora conta com 200 – possui convênio com a Universidade Jorge Amado, onde os funcionários ganham condições especiais de preço e pagamento aplicáveis a qualquer curso.
Já a JAC Motors e a Ford Motor Company possuem laboratórios de emissões e acústica para avaliação de ruídos. Desta forma é possível oferecer combustíveis alternativos, controlar e reduzir a emissão de gases nocivos ao planeta e saber como usufruir de todos os recursos sem afetar a vida útil do veículo. Dentre as tecnologias utilizadas na montagem dos carros, a Ford possui softwares que interagem em tempo real com outros localizados em diversos centros industriais no mundo. A fábrica também conta com um centro de design e desenvolvimento tecnológico com simuladores virtuais.

Se você se preocupa com o meio ambiente, mas curte o mundo da tecnologia, não se desespere. É possível unir os dois interesses. Apesar de existirem muitos eletrônicos que batem de frente com as regras de sustentabilidade, o mercado tem apresentado diversas opções de produtos que são certificados com selos verdes ou já possuem ferramentas ecológicas.
Uma das maneiras mais fáceis de garantir que seu eletrônico tenha pouco impacto ambiental é checar se o produto em questão tem selos verdes e certificações ambientais. De um modo geral, uma certificação confiável em termos ambientais e sociais é aquela que inclui a avaliação de substâncias químicas perigosas à saúde humana e ambiental, considerando todo o ciclo de vida de produção desse equipamento. O uso da energia para sua produção também deve ser analisado. Alguns setores industriais são notoriamente eletrointensivos e se valem de fontes energéticas insustentáveis em seus processos.
Os selos
O Selo Procel, instituído em 1993 e coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, tem como objetivo orientar o consumidor no ato da compra. Ele indica os produtos que apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria. Dentro dessa classificação, os produtos "A" são os mais eficientes. No entanto, segundo Ricardo Baitelo, da Campanha de Energia do Greenpeace, ao longo do tempo, o percentual de equipamentos eficientes aumenta e a diferenciação de desempenho entre um e outro merece uma revisão. Desta forma, o especialista sugere obter o consumo mensal em kWh antes de comprar, mesmo que o equipamento receba a classificação máxima.
Há ainda o TCO Certified, um selo internacional que certifica notebooks, desktops, tablets, fones de ouvido, projetores e displays com impacto ambiental mínimo. O critério da certificação abrange diversas características, incluindo o uso mínimo de materiais perigosos, eficiência energética, ergonomia visual e de carga de trabalho, design para reciclagem e responsabilidade social corporativa na fase de produção. Os produtos que exibem a etiqueta cumprem todos os requisitos e são rigorosamente testados e verificados por um laboratório certificado de terceiros. A Lenovo ganhou a certificação no desktop all-in-one ThinkCentre M90z e a Dell foi contemplada com o modelo OptiPlex 980. Já a Samsung possui o selo no notebook N120 e no tablet SLATE PC Series 7.
A ONG Green Eletronics Council também criou um padrão de qualidade para certificar produtos que apresentem menor impacto sobre o meio ambiente na sua produção, chamado de "Electronic Product Environmental Assessment Tool" ou Epeat ("ferramenta de avaliação ambiental de produtos", em português). Uma de suas propostas é avaliar desktops, notebooks e monitores de acordo com 51 critérios ecológicos, como limites para a quantidade de cádmio e embalagem em materiais recicláveis. Assim, os produtos recebem uma "medalha" de bronze, prata ou ouro de acordo com essas orientações. A condecoração de ouro significa atender pelo menos 41 itens avaliados, por conta disso, a maioria dos produtos avaliados ficaram apenas com a medalha de prata ou bronze. No site da empresa é possível conferir quais os produtos que possuem os selos, divididos por países e categorias.
Caso os produtos preferidos não possuam selos, o ideal é verificar informações sobre o consumo energético desse aparelho, procurar se informar sobre impactos ambientais e até mesmo sociais que sua fabricação provoca. Também é preciso contatar a fabricante para saber se ela usa componentes tóxicos em seus produtos, se recicla seus equipamentos ao final de sua vida útil e como é feita esta reciclagem. O descarte dos produtos é muito importante, portanto, é necessário saber se a empresa aceita de volta seu equipamento para reciclagem ou se ela possui algum programa de descarte de lixo eletrônico.
Uma rápida pesquisa no Google pode te dizer se a companhia está envolvida ou já se envolveu em problemas ambientais. O guia de eletrônicos do Greenpeace, por exemplo, analisa quais fabricantes melhoraram seu desempenho de um ano para o outro e quais foram os motivos. Ricardo também aconselha fugir de equipamentos que tenham viajado longas distâncias desde sua fabricação até a loja onde estão sendo vendidos. "É importante lembrar que o transporte por avião ou navio emite mais gases de efeito estufa do que caminhões ou trens", diz.
Algumas empresas disponibilizam balanços ambientais em seus sites ou os publicam periodicamente. De acordo com a variedade de medidas adotadas e a proporção destes gastos em relação a suas atividades produtivas, é possível ter uma pista sobre os princípios e prioridades desta empresa.
Além disso, é necessário saber como ajustar o equipamento para fazer um uso eficiente da eletricidade. É possível efetuar pequenas configurações na máquina como regular brilho da tela e o tempo que o micro entra em modo de espera ou hibernação. Muitas vezes os próprios manuais e folhetos promocionais fornecem este tipo de informação. No entanto, é indispensável uma conversa com o vendedor e até com a própria fabricante para esclarecer essas dúvidas. O Olhar Digital já deu dicas de como diminuir o consumo de energia do notebook e PC, e listou alguns softwares gratuitos que promovem a diminuição do consumo de energia do seu computador, seja ele PC ou Mac.
A Bahia vive de coisas muito além das festas, músicas e belas praias. A tecnologia, por exemplo, é traço forte do município de Camaçari, que fica a 50 quilômetros de Salvador, capital do estado. Lá é onde se concentra o polo industrial da região, que reúne mais de 60 empresas investidoras em tecnologia e inovação, seja em seu próprio método de fabricação ou nos produtos oferecidos.
De acordo Suzana Marques Domingues, do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), várias ações estão sendo promovidas em conjunto com o Governo do estado para incentivar a cultura de inovação nestas companhias. A ideia é criar condições para o desenvolvimento de pesquisas aplicadas que possam permitir o salto tecnológico necessário para o crescimento de cada uma delas. "Atualmente, os temas mais relevantes para a competitividade das empresas estão relacionados à redução ou otimização do uso dos recursos naturais como energia, água e matéria-prima, coincidentemente relevantes também para a sustentabilidade e perpetuidade do negócio", explica.
Um dos exemplos é a Cetrel, companhia de soluções ambientais no setor industrial que nasceu junto com o polo, em 1978. A empresa foi criada para tratar dos efluentes e resíduos industriais existentes e precisou aperfeiçoar e desenvolver novas tecnologias para obter sucesso nos projetos ambientais. O Centro de Inovação e Tecnologia Ambiental (Cita) estuda os resíduos das indústrias a fim de reaproveitá-las e reutilizá-las no próprio complexo. O centro ainda está produzindo uma madeira plástica feita com resinas e fibras naturais, que substitui algumas aplicações de madeira convencional trazendo mais durabilidade, resistência e proteção ao meio ambiente. Segundo Tomaz Assmar, responsável pelo Cita, com a madeira plástica é possível evitar a derrubada de árvores através da oferta de um produto mais sustentável.
"A previsão para a versão final do produto é de 6 a 8 meses. Somos um centro de desenvolvimento tecnológico. E para isso é fundamental continuarmos a investir em pessoas, equipamentos, processos e todo e qualquer recurso que seja necessário para a geração e difusão do conhecimento. O Brasil precisa ampliar seus investimentos em ciência, tecnologia, pesquisa e inovação. E o Cita é a nossa contribuição para que o Brasil se posicione como um país de vanguarda nas questões ligadas à geração de riqueza através de tecnologias do meio ambiente", conclui Tomaz.
Ao contrário do que muita gente pode pensar, o Brasil não fica atrás dos outros países quanto à tecnologia automotiva. Aliás, o túnel de vento, elemento fundamental para correção de possíveis erros de design e aerodinâmica, já foi substituído por algo mais novo por aqui. O CFD (Computational Fluid Dynamics, ou Dinâmica do Fluido Computacional) é uma tecnologia usada pela NASA e pelas grandes companhias aéreas que permite simular no computador os efeitos para testes no túnel de vento e, assim, corrigir possíveis problemas.
A Netlog Armazéns Gerais (empresa de logística e transporte) está há nove anos no Polo de Camaçari e conta que a tecnologia empregada resultou em uma melhora significativa no controle e na rastreabilidade dos produtos armazenados bem como "maior agilidade nas respostas de consultas de saldo, confiabilidade nas informações de controle de estoque, extinção de divergências, redução de custos com controle de inventário e confiabilidade das informações", comenta o gerente da Netlog, Marcelo Lins.
Para Marcelo, a tecnologia necessita estar sempre alinhada as boas práticas de gestão. A empresa – que começou com 18 funcionários e agora conta com 200 – possui convênio com a Universidade Jorge Amado, onde os funcionários ganham condições especiais de preço e pagamento aplicáveis a qualquer curso.
Já a JAC Motors e a Ford Motor Company possuem laboratórios de emissões e acústica para avaliação de ruídos. Desta forma é possível oferecer combustíveis alternativos, controlar e reduzir a emissão de gases nocivos ao planeta e saber como usufruir de todos os recursos sem afetar a vida útil do veículo. Dentre as tecnologias utilizadas na montagem dos carros, a Ford possui softwares que interagem em tempo real com outros localizados em diversos centros industriais no mundo. A fábrica também conta com um centro de design e desenvolvimento tecnológico com simuladores virtuais.
Oportunidades
Anderson tem 24 anos, nasceu em Brasília e já pensa em fazer um mestrado. Verônica fala inglês desde os três anos de idade e mora na Bahia. Atualmente, ambos são funcionários de uma empresa automobilística, tiveram oportunidades diferentes, mas com o objetivo comum de construir um plano de carreira sólido.
Com a demanda por mão de obra, algumas empresas criaram parcerias com universidades e instituições de ensino locais. O 'Fast Track', é um recente projeto direcionados para os alunos de tecnologia de nível superior, é fruto de um acordo entre a Ford e o Senai para ajudar os jovens estudantes baianos na busca do conhecimento.
"Estudava a noite e participava do projeto de estágio mais especialização durante o dia”, conta Anderson Almeida, engenheiro de produto pleno e analista de PVA da Ford, que atualmente termina uma especialização em projetos e pensa no mestrado a nível gerencial. "Escrevi um artigo na área automotiva para manter a ligação com as pesquisas acadêmicas; quero continuar estudando cada vez mais", completa.
Formada há nove anos em engenharia mecânica pela Universidade Federal da Bahia, Verônica Lisboa ocupa o cargo de supervisora de desenvolvimento de novos produtos da área de motores da Ford. Ela faz parte da primeira geração de estudantes que tiveram o beneficio de juntar a faculdade com curso de especialização e estágio. “Durante o último ano letivo na universidade, tínhamos palestras e aulas semanais com a Ford. Entreguei meu currículo e fui chamada para o processo seletivo de estágio onde passei e estou até hoje como contratada”.
Estudar e pode se dedicar cada vez mais no aprendizado é bagagem para toda a vida. Mas nem sempre apenas o ato de estudar é o mais importante. Saber se comunicar de forma adequada é um diferencial. O intercâmbio cultural pode ser feito sem sair do lugar. Principalmente dentro de áreas mais técnicas, a comunicação escrita e falada precisa ser fluente. "Na Ford trabalhamos em contato com outros países e culturas. Isso dá uma outra visão e abre os horizontes", conclui.
Quer conhecer outros pólos tecnológicos no Brasil? Clique aqui para saber mais sobre o centro de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, e acesse estelink para ler sobre o Porto Digital, na zona portuária do Recife (PE).
Anderson tem 24 anos, nasceu em Brasília e já pensa em fazer um mestrado. Verônica fala inglês desde os três anos de idade e mora na Bahia. Atualmente, ambos são funcionários de uma empresa automobilística, tiveram oportunidades diferentes, mas com o objetivo comum de construir um plano de carreira sólido.
Com a demanda por mão de obra, algumas empresas criaram parcerias com universidades e instituições de ensino locais. O 'Fast Track', é um recente projeto direcionados para os alunos de tecnologia de nível superior, é fruto de um acordo entre a Ford e o Senai para ajudar os jovens estudantes baianos na busca do conhecimento.
"Estudava a noite e participava do projeto de estágio mais especialização durante o dia”, conta Anderson Almeida, engenheiro de produto pleno e analista de PVA da Ford, que atualmente termina uma especialização em projetos e pensa no mestrado a nível gerencial. "Escrevi um artigo na área automotiva para manter a ligação com as pesquisas acadêmicas; quero continuar estudando cada vez mais", completa.
Formada há nove anos em engenharia mecânica pela Universidade Federal da Bahia, Verônica Lisboa ocupa o cargo de supervisora de desenvolvimento de novos produtos da área de motores da Ford. Ela faz parte da primeira geração de estudantes que tiveram o beneficio de juntar a faculdade com curso de especialização e estágio. “Durante o último ano letivo na universidade, tínhamos palestras e aulas semanais com a Ford. Entreguei meu currículo e fui chamada para o processo seletivo de estágio onde passei e estou até hoje como contratada”.
Estudar e pode se dedicar cada vez mais no aprendizado é bagagem para toda a vida. Mas nem sempre apenas o ato de estudar é o mais importante. Saber se comunicar de forma adequada é um diferencial. O intercâmbio cultural pode ser feito sem sair do lugar. Principalmente dentro de áreas mais técnicas, a comunicação escrita e falada precisa ser fluente. "Na Ford trabalhamos em contato com outros países e culturas. Isso dá uma outra visão e abre os horizontes", conclui.
Quer conhecer outros pólos tecnológicos no Brasil? Clique aqui para saber mais sobre o centro de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, e acesse estelink para ler sobre o Porto Digital, na zona portuária do Recife (PE).
As tecnologias que tornam verde a TI
Quando chega a hora de aplicar de verdade a TI verde, alguns produtos e serviços põem a estratégia em prática: CPUs multicore, virtualização, consolidação de servidores e documentos online.
Fazer uma pesquisa no Google gera 7 gramas de CO2 na atmosfera. O mesmo que ferver um bule de chá. O cálculo feito pelo físico americano Alex Wissner-Gross, da Universidade de Harvard, claro, é contestado pelo Google. A empresa retruca dizendo que cada consulta gera 0,2 g de CO2. A polêmica fica ainda maior por envolver a gigante da busca, e dá uma boa idéia da importância prática da TI verde.
Fazer uma pesquisa no Google gera 7 gramas de CO2 na atmosfera. O mesmo que ferver um bule de chá. O cálculo feito pelo físico americano Alex Wissner-Gross, da Universidade de Harvard, claro, é contestado pelo Google. A empresa retruca dizendo que cada consulta gera 0,2 g de CO2. A polêmica fica ainda maior por envolver a gigante da busca, e dá uma boa idéia da importância prática da TI verde.
Além da face institucional, como cofundadora da Iniciativa de Computação dos Salvadores do Clima, o Google usa muita virtualização e consolidação de servidores para usar menos máquinas que em outro modelo de computação – que inviabilizaria o modelo de negócios da empresa. Assim mesmo, os data centers do Google geram toneladas de CO2, assim como outras grandes indústrias.
O britânico David Powell, presidente para a América Latina da Software AG, sabe dos benefícios que a atitude ecologicamente correta traz. Parte da estrutura do edifício-sede da companhia, em Darmstadt (Alemanha), é de madeira. “Somos ecoamigáveis há 40 anos”, diz Powell. “E temos um programa contínuo de redução de servidores.”
Do ponto de vista do produtor de software, que no fim das contas gera os consumos de máquina e de energia, quanto mais eficientes os processos dos programas que movem os negócios de uma empresa, mais verde será a TI.
No fim da história é o CIO que colocará a estratégia verde em prática. A decisão será sobre tecnologias como: CPUs multicore, virtualização, consolidação de servidores e gerenciamento eletrônico de documentos.
Mais chips, menos máquinas
A carga de informações para processar aumenta exponencialmente e o poder computacional dos servidores tem que dar conta dessa demanda. Os processadores multicore são o motor dos servidores poderosos que cumprem essa tarefa.
Com mais núcleos de processamento em cada CPU, cada máquina é mais poderosa e um menor número de unidades será adquirida. O melhor desempenho das maquinas multicore também exige mais consumo de energia. Mas pense no seguinte detalhe: a concentração de poder de processamento acaba sendo melhor que um grande parque de máquinas para fazer a mesma tarefa.
Chip dualcore é pouco para esses servidores. O IBM Cell, por exemplo, chegou a nove núcleos. Os servidores hexacore são hoje o motor dos servidores mais poderosos hoje no mercado.
Virtualização faz servidor virar polivalente
Antigamente, o senso comum em TI era distribuir cada tarefa em um servidor. Um servidor de arquivos, um servidor do banco de dados, um servidor de email, um de internet etc. O problema é que cada uma ocupa um espaço diferente de memória, tem picos de uso durante em uma semana e ociosidade no resto do mês.
O desperdício de máquina acabou com a tecnologia de virtualização de servidores. Virtualizar é transportar cada um daqueles servidores para uma máquina só ou mesmo vários servidores, mas em menor número.
A carga dos servidores em cada máquina e o uso da conexão são gerenciadas por software, e busca sempre a distribuição mais racional e econômica.
Guia de sustentabilidade: saiba como comprar eletrônicos de bem com a natureza
Conheça as certificações que garantem o consumo de energia adequado e produtos que colaboram com o meio ambiente
Se você se preocupa com o meio ambiente, mas curte o mundo da tecnologia, não se desespere. É possível unir os dois interesses. Apesar de existirem muitos eletrônicos que batem de frente com as regras de sustentabilidade, o mercado tem apresentado diversas opções de produtos que são certificados com selos verdes ou já possuem ferramentas ecológicas.
Uma das maneiras mais fáceis de garantir que seu eletrônico tenha pouco impacto ambiental é checar se o produto em questão tem selos verdes e certificações ambientais. De um modo geral, uma certificação confiável em termos ambientais e sociais é aquela que inclui a avaliação de substâncias químicas perigosas à saúde humana e ambiental, considerando todo o ciclo de vida de produção desse equipamento. O uso da energia para sua produção também deve ser analisado. Alguns setores industriais são notoriamente eletrointensivos e se valem de fontes energéticas insustentáveis em seus processos.
Os selos
O Selo Procel, instituído em 1993 e coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, tem como objetivo orientar o consumidor no ato da compra. Ele indica os produtos que apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria. Dentro dessa classificação, os produtos "A" são os mais eficientes. No entanto, segundo Ricardo Baitelo, da Campanha de Energia do Greenpeace, ao longo do tempo, o percentual de equipamentos eficientes aumenta e a diferenciação de desempenho entre um e outro merece uma revisão. Desta forma, o especialista sugere obter o consumo mensal em kWh antes de comprar, mesmo que o equipamento receba a classificação máxima.
Há ainda o TCO Certified, um selo internacional que certifica notebooks, desktops, tablets, fones de ouvido, projetores e displays com impacto ambiental mínimo. O critério da certificação abrange diversas características, incluindo o uso mínimo de materiais perigosos, eficiência energética, ergonomia visual e de carga de trabalho, design para reciclagem e responsabilidade social corporativa na fase de produção. Os produtos que exibem a etiqueta cumprem todos os requisitos e são rigorosamente testados e verificados por um laboratório certificado de terceiros. A Lenovo ganhou a certificação no desktop all-in-one ThinkCentre M90z e a Dell foi contemplada com o modelo OptiPlex 980. Já a Samsung possui o selo no notebook N120 e no tablet SLATE PC Series 7.
A ONG Green Eletronics Council também criou um padrão de qualidade para certificar produtos que apresentem menor impacto sobre o meio ambiente na sua produção, chamado de "Electronic Product Environmental Assessment Tool" ou Epeat ("ferramenta de avaliação ambiental de produtos", em português). Uma de suas propostas é avaliar desktops, notebooks e monitores de acordo com 51 critérios ecológicos, como limites para a quantidade de cádmio e embalagem em materiais recicláveis. Assim, os produtos recebem uma "medalha" de bronze, prata ou ouro de acordo com essas orientações. A condecoração de ouro significa atender pelo menos 41 itens avaliados, por conta disso, a maioria dos produtos avaliados ficaram apenas com a medalha de prata ou bronze. No site da empresa é possível conferir quais os produtos que possuem os selos, divididos por países e categorias.
Caso os produtos preferidos não possuam selos, o ideal é verificar informações sobre o consumo energético desse aparelho, procurar se informar sobre impactos ambientais e até mesmo sociais que sua fabricação provoca. Também é preciso contatar a fabricante para saber se ela usa componentes tóxicos em seus produtos, se recicla seus equipamentos ao final de sua vida útil e como é feita esta reciclagem. O descarte dos produtos é muito importante, portanto, é necessário saber se a empresa aceita de volta seu equipamento para reciclagem ou se ela possui algum programa de descarte de lixo eletrônico.
Uma rápida pesquisa no Google pode te dizer se a companhia está envolvida ou já se envolveu em problemas ambientais. O guia de eletrônicos do Greenpeace, por exemplo, analisa quais fabricantes melhoraram seu desempenho de um ano para o outro e quais foram os motivos. Ricardo também aconselha fugir de equipamentos que tenham viajado longas distâncias desde sua fabricação até a loja onde estão sendo vendidos. "É importante lembrar que o transporte por avião ou navio emite mais gases de efeito estufa do que caminhões ou trens", diz.
Algumas empresas disponibilizam balanços ambientais em seus sites ou os publicam periodicamente. De acordo com a variedade de medidas adotadas e a proporção destes gastos em relação a suas atividades produtivas, é possível ter uma pista sobre os princípios e prioridades desta empresa.
Além disso, é necessário saber como ajustar o equipamento para fazer um uso eficiente da eletricidade. É possível efetuar pequenas configurações na máquina como regular brilho da tela e o tempo que o micro entra em modo de espera ou hibernação. Muitas vezes os próprios manuais e folhetos promocionais fornecem este tipo de informação. No entanto, é indispensável uma conversa com o vendedor e até com a própria fabricante para esclarecer essas dúvidas. O Olhar Digital já deu dicas de como diminuir o consumo de energia do notebook e PC, e listou alguns softwares gratuitos que promovem a diminuição do consumo de energia do seu computador, seja ele PC ou Mac.
Os fabricantes mais verdes
No fim de 2011, a HP desbancou a Nokia e se tornou a empresa de tecnologia mais verde do mundo em um ranking divulgado pelo Greenpeace. A empresa subiu duas posições e ultrapassou também a Dell, que agora aparece na segunda posição do ranking. A Nokia caiu para terceiro.
O ranking dá uma nota de 0 a 10 para as empresas de acordo com os esforços sustentáveis feitos por elas. O Greenpeace considera uso de energia, de minerais e produtos sustentáveis. A HP ficou com a liderança com 5,9 pontos, seguido da Dell (5,1) e Nokia (4,9). Apple (4,6) e Philips (4,5) ficaram também entre as cinco primeiras.
Ironicamente, a Samsung, que nem aparece nos TOP 5 das companhias ecologicamente corretas, tem dois produtos classificados em certificações sustentáveis e possui um netbook com placas de captação de energia solar, que pode gerar até uma hora de bateria a cada duas horas de exposição ao sol. Se levarmos em consideração o que o especialista do Greenpeace comentou, apesar dos produtos serem "verdes", a companhia ainda precisa de mudanças drásticas na produção para se tornar referência em sustentabilidade.
Produtos alternativos e sustentáveis
No ano passado, o empresário brasileiro André Ruschel criou o protótipo doThinEco, um computador revestido de papelão usado que utiliza processador Atom N270 e possui 2 GB de memória RAM, além de HD SSD da Intel. Dentro do gabinete todos os componentes têm o selo "Green" e o produto foi desenhado para consumir menos energia. Por ser feito basicamente de papelão, a máquina tem um custo baixo e, por isso, deve se tornar um produto comercializável em breve. Em uma entrevista realizada com o criador, em janeiro de 2011, o empresário afirmou que o desktop deveria ser vendido no varejo por cerca de R$ 750, dependendo da configuração.
Na mesma linha o Ecopad, que ainda não passa de um conceito, deverá ser o primeiro tablet sustentável do mercado. Ele dispensa qualquer tipo de carregador externo, usando nanofilmes com piezoeletricidade, que gera correntes elétricas a partir de uma pressão mecânica, recolhendo e armazenando a energia de cada toque do usuário na tela do tablet.
Há ainda carregadores como o Power Treckk, que utiliza água como fonte de energia e a pilha que pode ser recarregada com diversos líquidos como água, whisky e urina. Também existe uma capa protetora para Kindle que capta energia solar e um pen drive, que coloca o PC em stand by sem desligá-lo, apenas para consumir menos energia.
No fim de 2011, a HP desbancou a Nokia e se tornou a empresa de tecnologia mais verde do mundo em um ranking divulgado pelo Greenpeace. A empresa subiu duas posições e ultrapassou também a Dell, que agora aparece na segunda posição do ranking. A Nokia caiu para terceiro.
O ranking dá uma nota de 0 a 10 para as empresas de acordo com os esforços sustentáveis feitos por elas. O Greenpeace considera uso de energia, de minerais e produtos sustentáveis. A HP ficou com a liderança com 5,9 pontos, seguido da Dell (5,1) e Nokia (4,9). Apple (4,6) e Philips (4,5) ficaram também entre as cinco primeiras.
Ironicamente, a Samsung, que nem aparece nos TOP 5 das companhias ecologicamente corretas, tem dois produtos classificados em certificações sustentáveis e possui um netbook com placas de captação de energia solar, que pode gerar até uma hora de bateria a cada duas horas de exposição ao sol. Se levarmos em consideração o que o especialista do Greenpeace comentou, apesar dos produtos serem "verdes", a companhia ainda precisa de mudanças drásticas na produção para se tornar referência em sustentabilidade.
Produtos alternativos e sustentáveis
No ano passado, o empresário brasileiro André Ruschel criou o protótipo doThinEco, um computador revestido de papelão usado que utiliza processador Atom N270 e possui 2 GB de memória RAM, além de HD SSD da Intel. Dentro do gabinete todos os componentes têm o selo "Green" e o produto foi desenhado para consumir menos energia. Por ser feito basicamente de papelão, a máquina tem um custo baixo e, por isso, deve se tornar um produto comercializável em breve. Em uma entrevista realizada com o criador, em janeiro de 2011, o empresário afirmou que o desktop deveria ser vendido no varejo por cerca de R$ 750, dependendo da configuração.
Na mesma linha o Ecopad, que ainda não passa de um conceito, deverá ser o primeiro tablet sustentável do mercado. Ele dispensa qualquer tipo de carregador externo, usando nanofilmes com piezoeletricidade, que gera correntes elétricas a partir de uma pressão mecânica, recolhendo e armazenando a energia de cada toque do usuário na tela do tablet.
Há ainda carregadores como o Power Treckk, que utiliza água como fonte de energia e a pilha que pode ser recarregada com diversos líquidos como água, whisky e urina. Também existe uma capa protetora para Kindle que capta energia solar e um pen drive, que coloca o PC em stand by sem desligá-lo, apenas para consumir menos energia.
Pablo Hess, editor da Linux Magazine, explica como sua empresa pode tratar TI Verde de maneira estratégica e eficiente.
Sustentabilidade
O que é TI Verde?
Sustentabilidade
O que é TI Verde?
Começamos por uma entrevista exclusiva com Pablo Hess, biólogo e editor das revistas de tecnologia Linux Magazine e Easy Linux. Na união dessas duas áreas, Hess busca tecnologias com o maior efeito sobre a produtividade e o menor impacto sobre o meio ambiente.
Agenda Sustentável: O que é exatamente TI verde?
Pablo Hess: TI verde é um conjunto de práticas para tornar mais sustentável e menos prejudicial o nosso uso da computação.
Não é novidade alguma o fato de atualmente dependermos profundamente dos computadores para nossa vida, nosso trabalho e nosso bem estar. Comprar de tudo via Internet não é luxo, mas hábito estabelecido de muita gente. Porém, tudo isso depende de diversos computadores
operando no "meio do caminho".
As práticas da TI verde buscam reduzir o desperdício e aumentar a eficiência de todos os processos e fenômenos relacionados à operação desses computadores "no meio do caminho".
AS: Dê um exemplo, por favor.
PH: O exemplo mais palpável é a redução do consumo de energia. Hoje, após muita pesquisa e desenvolvimento, os microprocessadores realizam mais operações gastando menos eletricidade do que faziam há quatro anos. Com essa redução do consumo, diminui também o calor gerado por essas máquinas.
Imagine um data center, um grande salão com centenas de computadores empilhados em racks, cada um desperdiçando alguns Watts de eletricidade sob a forma de calor. Esse calor precisa ser resfriado por um sistema de ar-condicionado, que por sua vez também gasta muita energia. Diminua o calor gerado por máquina e os gastos com resfriamento também caem significativamente. São duas economias de uma só vez.
AS: Como o mercado de TI está se comportando quanto a esse assunto?
PH: A adoção das práticas de TI verde jamais foi tão difundida quanto hoje. Além dos fortes investimentos em gerenciamento de energia, todas as outras práticas estão cada vez mais presentes no discurso de venda das empresas.
A tradicional listagem "Top 500", que expõe semestralmente os 500 supercomputadores mais poderosos do planeta, agora tem seu contraponto na "Green 500", que mostra os 500 supercomputadores energeticamente mais eficientes. Na quinta e última lista "Green 500", os 13 primeiros colocados são mais eficientes que o primeiro colocado da primeira lista, feita em 2007.
AS: Quais outras práticas compõem a TI verde?
PH: Além da redução de consumo, temos a virtualização, que aumenta drasticamente a eficiência dos processos computacionais. As soluções de virtualização já se tornaram parte obrigatória do portfolio de todas as grandes empresas de TI. Naturalmente, com o valor da virtualização tão alto, rapidamente os principais fabricantes de softwares de virtualização foram adquiridos por grandes empresas.
Em relação à fabricação de computadores, já existem vários modelos à venda que alegam não utilizar metais pesados em sua fabricação. Os fabricantes mais antenados estão abandonando os plásticos e metais em troca de materiais naturais: há modelos de laptops com gabinete feito de fibras de bambu e madeira, por exemplo.
E por último, o software também participa disso. Os programas têm avançado significativamente em relação à otimização do processamento, de forma a realizar menos operações para efetuar cada tarefa, ou simplesmente realizá-las todas de uma vez para manter o processador em modo de economia de energia por mais tempo. Os softwares desenvolvidos de forma colaborativa, chamados de softwares livres, naturais ou orgânicos, têm crescido constantemente, e são a última palavra em otimização.
Fonte: Agenda Sustentável
HSM Online
Maior prédio residencial do mundo abusará da tecnologia verde
O maior arranha-céu residencial do mundo será construído em breve em Mumbai, na Índia. A empresa indiana Lodha Developers, em parceria com uma companhia dos Estados Unidos, anunciou que vai erguer na cidade o Dubber World One, prédio com 117 andares em um espaço de 17 acres.
O edifício terá 450 metros de altura, proporções superiores ao Empire State Building, de Nova York. O projeto incluirá mais duas torres e ainda deve oferecer 200 flats com três ou quatro quartos, piscinas privativas além de alguns apartamentos duplex.
A construção do complexo deve ser iniciada nos próximos meses e tem preço total de produção estimado em US$450 milhões. O prédio deve ficar pronto em 2014 e o preço dos apartamentos provavelmente vai ultrapassar US$1,5 milhão.
O projeto do edifício também inclui algumas medidas “verdes”, como sistema interno de reciclagem e uso de energia solar em áreas comuns do edifício. A atitude deve reduzir o consumo de eletricidade em mais de 40%.